Cada hora dentro desse isolamento, tem um nome diferente ao que damos ao tempo, não são nomes de minutos ou segundos... Cada hora dentro desse isolamento tem nomes como tempo do tédio, tempo das solitudes, tempo dos vazios, tempo das alegrias sem nexo, tempo das pequenas virtudes.
Hoje o dia não consegue se findar em apenas um nome, não chegamos ao final do dia tediados, talvez vazios de tanto que carregamos todos os tempos num dia só... A noite vem visitar o meu tempo, às vezes olho pela janela e imagino cada ser vivendo em um tempo diferente... O meu, neste momento exato, é tempo de descanso, mas olho pela janela ouço o que ela me conta, o ônibus que passa, as casas acesas, o alarme da indústria a tocar um tempo único para os que lá estão... São tempos realmente diferentes, o tempo que chamo de tédio outros chamam de fome, o tempo que chamo solitude outros chamam de solidão, o tempo que chamo de vazio alguns chamam de excesso, o tempo que chamo de amor... outras chamam de dor... São tempos diferentes esse que vivemos, de abismos, tempo de abismos para mim, para outros que chamam de tempos de paz.
Texto Monique Franco - 18 de maio de 2020
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